Ser assediado é um caminho previsível e Paulo tem todo o direito de querer ou não se posicionar sobre relacionamentos. Também é compreensível que ele não queira falar sobre a própria sexualidade. Aliás, não só compreensível, como também um direito. Entretanto, isso também não lhe dá liberdade de desqualificar movimentos históricos importantes para a busca pelos direitos dos LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros).
Na semana passada, #Paulo Gustavo declarou que é contra a Parada Gay porque não existe “Parada Hétero”. Afirmou também que o movimento se transformou em uma “rave no meio da rua, com assalto, brigas e um monte de gente se beijando”. Diante dessa declaração, já dá pra entender porque o ator sempre fica trancafiado nos camarotes mais badalados dos carnavais do #Rio de Janeiro e Salvador (pesquise no Google Imagens o termo “Paulo Gustavo no #Carnaval” e comprove). Ficar no meio do povão é complicado…
De qualquer forma, é bom lembrar, Parada Gay não é um Carnaval, mas não deixa de ser uma festa. Além de ser um evento sociopolítico que reivindica direitos básicos e equidade aos #LGBTs, é uma celebração da vida e da felicidade. A própria palavra “gay” significa “alegre” em inglês. É o único momento do ano em que os homossexuais podem andar livremente pelas ruas com os seus parceiros, trocando carícias em público sem medo de agressões homofóbicas. E como em qualquer celebração popular com grande aglomeração de pessoas, é inevitável que incidentes isolados aconteçam.
Então, surgem questões importantes. Será que #Paulo Gustavo frequentaria a Parada Gay se ela tivesse camarote? Será que os heterossexuais sofrem tanto preconceito a ponto de precisarem de uma “Parada Hétero” também? Será que Paulo Gustavo iria para as ruas reivindicar abertamente direitos aos LGBTs se o movimento se resumisse a apenas faixas e cartazes? Será que Paulo Gustavo teria liberdade para interpretar e ser respeitado ao protagonizar personagens homossexuais se a #Parada Gay nunca tivesse existido? O que seria de Paulo Gustavo sem a #Parada Gay?
É melhor acreditarmos que Paulo Gustavo não tenha medido as consequências antes de emitir tamanha declaração infeliz, que não contribui em nada para o fim da homofobia. Uma declaração tão infeliz quanto aquela de Caio Castro, quando disse que não gostava de teatro. A coluna continuará torcendo pelo sucesso do artista. Vamos torcer para que Paulo saia do nicho segmentado e confortável da #TV paga, cinema e teatro e ganhe uma oportunidade de encarar o grande público plural da #TV aberta com algum papel de destaque. Virar galã de novela, quem sabe. Será? Se isso nunca acontecer, talvez, ele finalmente entenda a importância da Parada Gay para nós.
O que seria de Paulo Gustavo sem a Parada Gay? http://t.co/BDumByFe8f
— RD1 - Notícias da TV (@rd1oficial) 26 agosto 2014
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