domingo, 28 de setembro de 2014

Outras Notícias: Emocionados, pais contam como era a rotina de Victor Hugo...


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Foi tremendo muito, segurando o choro e susurrando "meu Deus" que a podóloga Vilma da Consolação Costa Santos, 56 anos, aguardou sua vez para falar sobre seu filho Victor Hugo Santos, 20 anos, encontrado morto na última terça-feira (22), na raia olímpica da USP (Universidade de São Paulo). Na primeira conversa oficial com a imprensa na sexta-feira (26), os pais descreveram o estudante como um garoto educado, pacato, obediente e muito apegado à família.

O pai do garoto, o bancário José Marcos dos Santos, 53 anos, contou que o filho não tinha segredos e que, inclusive, compartilhava as senhas de acesso às redes sociais com ele e sua mulher.

— Meu filho era uma criança. Nunca dormiu de porta fechada. Dava satisfação o tempo todo quando não estava em casa. Ele é tão próximo da família que largou os estudos no ano passado na Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) para ficar perto da gente.

O jovem desapareceu durante uma festa de hardcore e rap no velódromo, onde era comemorado os 111 anos do Grêmio Politécnico da USP. De acordo com o testemunho dos amigos, o estudante teria se afastado do grupo para buscar uma bebida, mas não voltou.

Quando o corpo foi encontrado com um edema no olho direito e uma pequena escoriação no lábio, que não o levariam à morte, de acordo com a perícia, chegou a ser especulado que o garoto pudesse ter morrido de overdose, o que a polícia não consegue confirmar até o laudo do exame toxicológico ficar pronto. Porém, a mãe afirmou categoricamente que o filho não fazia uso de nenhum tipo de substância ilícita e que Santos gostava de tomar cerveja com os amigos "como um jovem comum".

— Ele se divertia e voltava para casa. Naquele dia não era para ser diferente. Ele tinha a intenção de voltar, tanto que deixou pronta a cama do amigo que ia dormir em casa.

Santos contou que não desconfiou que algo tinha acontecido até sua mulher ligar no sábado (20), às 9h, e avisar que os amigos de Victor o estavam procurando desde às 4h30. De acordo com o pai, era normal o jovem chegar até as 7h, por isso, quando saiu de casa para ir até um evento, às 6h, não estranhou muito a ausência do garoto.

— Depois que soubemos do sumiço ligamos diversas vezes para o celular dele, mas só dava caixa postal. Quando as buscas começaram andamos por toda a USP atrás dele. Cheguei a achar que ele pudesse estar em um córrego, que fica próximo ao local da festa, mas, quando disseram que ele não estava lá e havia relatos de que ele poderia ter sido visto, conseguimos jantar e dormir. Ainda tínhamos esperança.

Desde que o corpo de Victor foi encontrado, a família só conseguiu um pouco de conforto quando a direção da Poli (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) decidiu proibir a organização de festas estudantis e comunicou o cancelamento de todas as autorizações já emitidas para eventos.

De acordo com o pai do jovem, o velódromo, onde aconteceu a festa, não tem infraestrutura e segurança para receber um evento.

— Não tem banheiro, tem uma marquise sem proteção e alta que, se alguém cair, morre, e, principalmente, não tinha câmeras de segurança que garantissem a integridade dos jovens que participavam da festa. Por isso, acreditamos que a morte do nosso filho não foi em vão. Essa proibição é a prova disso.

Para a mãe do estudante, a morte de Victor foi um aviso de que os jovens estão vulneráveis a esse tipo de tragédia.

— Festa open bar [bebida liberada] e sem segurança mostra como estamos tratando nossos jovens. A morte do meu filho é um alerta de que a coisa está punk. Tem que parar.

A família de Santos oferece uma recompensa de R$ 10 mil para quem fornecer informações novas e contundentes sobre o caso.

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