Enquanto a sombria sensibilidade do trabalho cinematográfico do cineasta de 68 anos — “Eraserhead” (1977), “O homem elefante” (1980), “Veludo azul” (1986) e “Coração selvagem” (1990), entre outros — permeou o consciente coletivo do público e influenciou amplamente outros diretores, escritores e artistas, seu trabalho como artista plástico é quase desconhecido. No entanto, a pintura foi a sua escola artística primária, onde ele começou como aluno da Academia de Belas Artes da Pennsylvania, na Filadélfia, em 1966, e segue como a sua atividade mais constante. A primeira retrospectiva de sua obra em um museu dos EUA, “David Lynch: The Unified Field” (David Lynch: O campo unificado, em tradução livre), abre no dia 13 de setembro na mesma Academia da Pennsylvania.
“Eu adorei meu período na academia”, diz Lynch. “O prédio era praticamente preto. Toda a Filadélfia tinha um tipo de paleta de pó de carvão e um clima espetacular. Havia violência, medo, corrupção, insanidade, desespero, tristeza, tudo estava na atmosfera da cidade. Eu amava as pessoas de lá. Todas essas coisas foram a minha maior influência.”
Apesar da devoção ao trabalho do cineasta, “ninguém prestou atenção nele entre os meus colegas de museus americanos”, afirma Robert Cozzolino, curador da exibição. A mostra abrigará pinturas e desenhos criados ao longo de cinco décadas.
“Eu acho que o mundo da arte sempre teve um pé atrás com o David, apesar de sua formação como artista”, diz Brett Littman, diretor do “Drawing Center” de Nova York. “Ele não é James Franco”, ironizou Littman, que organizou uma pequena exibição de desenhos e fotografias de Lynch no ano passado, em Los Angeles.
David Lynch recebe primeira retrospectiva como artista plástico, nos EUA. http://t.co/6fzjY2c89c pic.twitter.com/sturCw2DHT
— Cultura - O Globo (@OGlobo_Cultura) 29 agosto 2014
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